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São Paulo |
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A história da cidade de São Paulo ocorre paralelamente à história do Brasil, ao longo de aproximadamente 459 anos de sua existência, contra os mais de quinhentos anos do país. Embora tenha sido marcada por uma relativa inexpressividade, seja do ponto de vista político ou econômico, durante os primeiros três séculos desde sua fundação, São Paulo destacou-se em diversos momentos como cenário de variados e importantes momentos de ruptura na história do país.
São Paulo surgiu como missão jesuítica, em 25 de janeiro de 1554, reunindo em seus primeiros territórios habitantes de origem tanto européia quanto indígena. Com o tempo, o povoado acabou caracterizando-se como
João Ramalho (Vouzela, 1493 — Piratininga, 1580) foi um aventureiro, explorador português, que se internou pelo mato e confraternizou com o gentio.
Filho de João Vieira Maldonado e Catarina Afonso de Balbode, era casado em Portugal com Catarina Fernandes, a quem nunca mais viu depois da partida em 1512 em uma nau buscando a Ilha do Paraíso no Brasil. Naufragou na costa da futura capitania de São Vicente, hoje estado de São Paulo, por volta de 1513.
Encontrado pela tribo dos Guaianases, adaptou-se à vida no Novo Mundo ganhando prestígio junto aos índios com quem vivia. Casou-se com a filha do cacique Tibiriçá, Bartira, batizada Isabel Dias. Do casamento realizado pelo padre Manuel da Nóbrega resultaram nove filhos mas João Ramalho teve filhos também com numerosíssimas índias, já que na cultura nativa havia grande liberdade sexual e, além do mais, Ramalho queria agradar os demais caciques e estabelecer vínculos, ao receber suas filhas.
Com os filhos, estabeleceu postos no litoral para fazer comércio com europeus, vendendo índios prisioneiros para serem escravizados, construindo bergantins, reabastecendo os navios em trânsito e negociando o pau-brasil. Nas excursões pelo interior para capturar índios para serem vendidos como escravos, os filhos de João Ramalho, mamelucos com metade de sangue indígena, comportavam-se com extrema crueldade.
O reencontro com os portugueses foi surpreendente. Os portugueses esperavam uma batalha contra um grande número de índios, que caminhavam em direção a São Vicente. Em vez de uma batalha, receberam João Ramalho, que passou a usar de sua grande influência sobre a tribo para ajudar a seus conterrâneos.
Especula-se sobre a possibilidade de João Ramalho ter origens ou laços judaico-portugueses, não havendo nenhuma prova conclusiva a esse respeito. Ramalho teria utilizado em sua assinatura a letra hebraica do kaf, de acordo com o que, segundo afirma Henrique Veltman, teria sugerido Horárcio de Carvalho.[1], tendo uma história em comum com Diogo Álvares Correia (o "Caramuru"), que naufragou na costa brasileira na época e que envolveu-se com indígenas.
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Fundou no planalto de Piratininga uma povoação que batizou Santo André da Borda do Campo, elevada em 1553 à categoria de vila, da qual foi capitão, alcaide e vereador. João III de Portugal o nomeou Guarda-mor das terras altas de Piratininga, título entregue por Martim Afonso de Sousa, quando foi recebido por Ramalho no planalto.
Como intermediário, ajudou Martim Afonso de Sousa na fundação de São Vicente, em 1532. Acompanhado de parentes, transferiu-se depois de Santo André para a povoação de São Paulo, fundada pelo padre Manuel da Nóbrega, depois que os jesuítas chegaram em 1549 ao Brasil.
Foi um dos responsáveis pela expulsão, em 10 de julho de 1562, dos Tamoios confederados que haviam assaltado a então vila de São Paulo. Depois, retirou-se para o vale do Paraíba, recusando em 1564 o cargo de vereador da vila que ajudara a fundar.
Sabe-se que pelo menos alguns dos seus descendentes habitavam a aldeia indígena de Guanga [2]., dentre eles Franciso Ramalho, o Tamarutaca[3].